A Igreja que nada contra a corrente

coração
Dois meses antes de casar-me, resolvi fazer uma viagem para conhecer o Pantanal matogrossense. Seria a minha despedida de solteiro. Fiquei hospedado na casa de um presbítero de uma igreja de Cuiabá chamado Severino. Em um de nossos passeios, visitamos uma região de muitas cachoeiras. Conheci um rio caudaloso, de correntezas muito fortes, e com várias quedas acentuadas. Meu amigo desafiou-me a atravessar o rio a nado. Nem deu tempo para que argumentasse com ele. Quando vi, ele já estava dentro d’água. Fiquei observando, temeroso, porque a poucos metros havia uma grande cascata. Sem muita dificuldade, ele chegou ao outro lado e fez sinal para que eu fizesse o mesmo. – Bem, pensei comigo - se ele pode, também posso. Mergulhei e comecei a nadar. A correnteza me empurrava, e comecei a me desesperar ao perceber que estava cada vez mais próximo da cachoeira. Vendo meu desespero, meu amigo mergulhou e saiu em meu socorro. Em vez de levar-me direto para o lado onde havíamos estacionado o carro, Severino nadou na direção oposta. Depois do susto, ele me disse: – Agora vamos ter que voltar para o outro lado. – Mas como? perguntei. – Você quer me matar? Calmamente, Severino me explicou o ‘macete’ para atravessar a correnteza. Eu teria que nadar numa reta diagonal oposta à correnteza, de maneira que, mesmo me empurrando, não conseguiria me arrastar até a altura da cachoeira. Tomei coragem e fôlego e resolvi encarar.


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